Portas teme perda de confiança de Executivo "virado muito à esquerda"
26.11.2015 00h24
O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse na quarta-feira estar "muito preocupado" com as consequências económicas e perda de confiança que poderão resultar de um Governo socialista aliado às "forças radicais".

O líder democrata-cristão admitiu que PS, PCP e Bloco de Esquerda estejam "eufóricos", mas considerou que a maioria dos portugueses está "inquieta e preocupada".
Lusa
"Estou preocupado com as consequências do ponto de vista económico que tem esta viragem muito à esquerda e este tipo de acordos que o PS faz com forças radicais", afirmou durante um jantar comemorativo do 25 de Novembro, na Amadora.
Para Paulo Portas, o crescimento da economia, do investimento, do emprego e das exportações dependem de uma palavra: "confiança".
"Eu estou preocupado com o facto de os indicadores de confiança, depois das eleições, terem começado a abrandar, estou preocupado com as revisões em baixa do crescimento, depois da aliança com os radicais, e estou preocupado com o adiamento de decisões de investimento e consequências nas exportações, com partidos antieuropeus a ter acesso à esfera do poder", reforçou.
O líder democrata-cristão admitiu que PS, PCP e Bloco de Esquerda estejam "eufóricos", mas considerou que a maioria dos portugueses está "inquieta e preocupada".
"Muito cuidado com o que esta abertura à extrema-esquerda pode fazer à economia portuguesa.
Estamos a 35 dias de ter um défice abaixo dos 3%, pela primeira vez. Deus permita que não estraguem esse défice inferior a 3%", acentuou.
Em véspera da tomada de posse do novo Governo liderado por António Costa, o ainda vice primeiro-ministro afirmou: "Atrás de nós virá quem melhor fará. Deixaram o país falido e bazaram. Agora que os portugueses puseram as contas em dia, já lhe parece interessante governar, mesmo perdendo as eleições".
Num jantar comemorativo dos 40 anos do 25 de Novembro, realizado na quarta-feira à noite na Amadora, Paulo Portas considerou ainda "incompreensível" ver o PS "incomodado" com evocação do 25 de Novembro, por não ter participado na cerimónia para assinalar a data, no Parlamento.
"Que o PCP e os antecedentes do BE tenham um problema com o 25 de Novembro, todos percebemos, porque eles continuam a achar que o que deveria ter acontecido era o triunfo dos extremistas. Agora, que o PS tenha um problema com o 25 de Novembro é que eu acho incompreensível", sustentou.
Para o líder do CDS-PP é "um muito mau sinal dos tempos" ver o PS, "que esteve na linha da frente na defesa da liberdade no 25 de Novembro" fique com um "desconforto" só porque "agora escolheu uns companheiros de viagem que antes estavam do lado de lá".
A "estranheza" da ausência socialista no parlamento a propósito do 25 de Novembro foi partilhada pelo vice-presidente da bancada parlamentar do CDS-PP Telmo Correia, que apontou também o "momento de transição" atual e não poupou críticas ao novo primeiro-ministro, António Costa.
"Trata-se da sobrevivência de um secretário-geral do PS. Normalmente vemos alguém a querer manter-se como secretário-geral para ser primeiro-ministro. Esta é a primeira vez que vemos alguém querer chegar a primeiro-ministro para se manter secretário-geral", sustentou.
Telmo Correia disse ainda que "seria justo a desforra", para saber se os portugueses querem o novo Governo com acordo à esquerda, a que chamou de "geringonça".
O democrata-cristão prometeu, por fim, dar luta e ser firme como oposição.
"Vamos ser fiéis aos nossos valores, convicções e vamos ser muito firmes na oposição. Quem cai de pé está pronto para continuar a dar combate", concluiu.
Lusa
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