Cancro poderá ser tratado um dia como uma doença crónica, defende o Nobel da Química
08.12.2015 15h19
O Prémio Nobel da Química Tomas Lindahl defendeu hoje que o cancro poderá vir a ser tratado como uma doença crónica, considerando que este é o caminho para encontrar uma cura.

Nascido em Estocolmo, na Suécia, e especialista na área do cancro, Tomas Lindahl, 77 anos, desenvolve o seu trabalho como responsável do grupo emérito do Instituto Francis Crick de investigação biomédica, em Londres.
© Stefan Wermuth / Reuters
Que o cancro se torne um dia uma doença crónica é "agora um dos objetivos do nosso campo de investigação", afirmou Tomas Lindahl, um dos três investigadores distinguidos com o Nobel da Química pelos estudos dos mecanismos que permitem a reparação de ADN.
Os investigadores, segundo o Comité Nobel, conseguiram, através de uma espécie de "caixa de ferramentas de reparação de ADN", mapear, a nível molecular, a forma como reparar as células danificadas, permitindo também salvaguardar a informação genética.
"O trabalho desenvolvido forneceu conhecimento fundamental sobre como funciona uma célula viva e pode ser usada, por exemplo, no desenvolvimento de novas terapias contra o cancro", justificou o Comité Nobel, num comunicado divulgado a 7 de outubro.
Nascido em Estocolmo, na Suécia, e especialista na área do cancro, Tomas Lindahl, 77 anos, desenvolve o seu trabalho como responsável do grupo emérito do Instituto Francis Crick de investigação biomédica, em Londres.
"Mais do que falar da cura do cancro, prefiro olhar para o problema como se se tratasse da diabetes", disse Tomas Lindahl em entrevista à agência espanhola Efe.
"Não se pretende curar a diabetes. Bem, pode tentar-se, apesar de ser muito difícil, mas pode viver-se com a doença, há uma boa medicação pode levar-se uma vida normal, sem estar o tempo todo assustado, explicou.
O objetivo "é conseguir o mesmo" com o cancro, "que se possa viver como ele, mas sem pensar nisso, e com uma medicação diária, conseguir ter uma vida normal", frisou.
No entanto, o investigador não se aventura em estabelecer um prazo para atingir esse objetivo, uma vez que existem diferentes tipos de cancro.
"Há alguns que podemos curar ou regredir, mas há outros, como o cancro do pâncreas, que ainda não entendemos e que ainda é uma doença muito perigosa".
A esperança dos investigadores, segundo Lindahl, é "entender porque é que alguns tipos de cancro não respondem bem aos tratamentos". Se conseguirem responder a esta questão poderão encontrar novos medicamentos e melhores tratamentos para os doentes.
"Mas, primeiro, temos de entender qual é o problema", reconheceu o investigador e perito e e para isso precisamos de realizar mais investigação básica, um tipo de ciência fundamental para o desenvolvimento de todas as disciplinas.
Lusa
Relacionados
- 1:35
Investigadores que estudam o ADN distinguidos com Prémio Nobel da Química
Já são conhecidos os vencedores do Prémio Nobel da Química. A academia distinguiu três investigadores pelos estudos dos mecanismos que permitem a reparação de ADN.
-
Nobel da Química para mecanismo de reparação do ADN
A Real Academia Sueca das Ciências distinguiu hoje com o Prémio Nobel da Química os investigadores Thomas Lindalh, Paul Modrich e Aziz Sancar pelos estudos de mecanismos que permitem a reparação de ADN.
- 2:01
Cancro do intestino faz 10 vítimas por dia em Portugal
O Dia Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino assinala-se esta terça-feira. Em Portugal, nove a 10 pessoas morrem por dia de uma doença que tem no rastreio a melhor forma de combater o número crescente de casos.
- 1:53
Sensibilização para cancro do pulmão apela ao abandono do vício do tabaco
O consumo do tabaco está na origem de 85% dos casos de cancro do pulmão, doença que mata anualmente 3500 portugueses. A campanha lançada este mês pretende apelar, em especial, aos mais jovens para largarem o vício do cigarro.
Na Homepage
- 1:57
- 0:53
-
-
- 1:14
Alegado mentor dos ataques de Paris esta segunda-feira em tribunal
22.04.2018 às 18h04
-
- 0:46
Cão parcialmente cego e surdo salva criança na Austrália
Na Austrália, uma história está a emocionar o mundo. Um cão parcialmente cego e surdo salvou, na semana passada, uma criança de 3 anos que estava desaparecida.
22.04.2018 às 16h50
- 0:35
- 3:09
Foi multada porque avisou polícia sobre despejo de lixo na rua
Em Carnaxide, uma mulher apresentou queixa por causa do despejo de monos na rua. Até aqui tudo bem, inclusive quando a polícia dá início ao processo. O problema surge quando a multa é passada a quem se queixou e o caso se arrasta em tribunal.
22.04.2018 às 21h15
- 5:29
- 3:42
Vaca algarvia em risco de extinção
É uma corrida contra o tempo e o risco iminente de extinção. Numa altura em que são conhecidos apenas cinco exemplares da raça bovina algarvia, a inseminação artificial parece ser a única forma de evitar o desaparecimento completo de uma raça que foi desaparecendo com as mudanças na agricultura.
22.04.2018 às 17h38